Bitcoin consome mais energia que 80 países? Analistas dizem que não

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O estudo usou dados do Índice de Consumo de Energia do Bitcoin da Universidade de Cambridge e da Administração de Informação de Energia dos EUA.
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Energia Bitcoin

Segundo os analistas, o estudo da Utilities Now superestima o consumo da rede Bitcoin e utiliza dados desatualizados sobre a mineração.

A Utilities Now é uma plataforma que ajuda consumidores a encontrar tarifas de eletricidade mais acessíveis. Recentemente, ela publicou um relatório com diversas estimativas.

Segundo o estudo, o Bitcoin consome 91.510 gigawatts-hora (GWh) por ano. Isso supera o consumo total de países como Equador, Bulgária e Sri Lanka.

O documento afirma ainda que a rede consome 250 GWh por dia. Essa quantidade seria suficiente para abastecer 8,4 milhões de casas nos EUA por 24 horas.

Também seria o bastante para manter Barbados funcionando por mais de 90 dias. O mesmo volume de energia corresponde a 305 dias de consumo em Chade ou 229 dias na Somália.

O estudo usou dados do Índice de Consumo de Energia do Bitcoin da Universidade de Cambridge e da Administração de Informação de Energia dos EUA (EIA).

Com essas informações, comparou o uso da rede com o consumo elétrico de 150 países. Os autores também calcularam quantos dias de consumo nacional o Bitcoin seria capaz de sustentar, com base em seu gasto diário.

Analistas dizem que o estudo exagera

Apesar de levantar um debate importante, analistas criticaram a abordagem do relatório. Segundo eles, o estudo erra ao ignorar fatores essenciais e retratar o Bitcoin de forma alarmista.

Mason Jappa, CEO da Blockware Solutions, afirmou que o relatório usa estimativas antigas de eficiência energética. O modelo base considera que os mineradores ASIC usam 22,15 joules por terahash (J/TH). No entanto, Jappa explica que modelos recentes são bem mais eficientes.

Ele citou, por exemplo, o Antminer S19 XP, lançado em 2022, que consome 21 watts por terahash (W/TH). Além disso, várias mineradoras já operam com eficiências abaixo de 20 W/TH. Isso indica que o consumo real da rede é menor do que o relatado.

Fonte: Source: Blockware/Mason Jappa
Fonte: Source: Blockware/Mason Jappa

Oleksandr Lutskevych, CEO da CEX.io, também reforçou esse ponto. Ele afirmou que, nos últimos dez anos, a eficiência energética da mineração melhorou entre 200 e 1.000 vezes.

Além disso, grande parte dos equipamentos ASIC pode ser reciclada. Apesar disso, é fato que a mineração de Bitcoin ainda consome muita energia e costuma ser criticada por isso.

Renováveis dominam a matriz do Bitcoin

Outro ponto ignorado pela Utilities Now é a presença de fontes renováveis no setor. Mason Jappa afirmou que o estudo desconsidera o uso de energia solar, eólica e hidrelétrica na mineração.

Segundo ele, mineradores também usam energia excedente, como o gás natural queimado em excesso. Essa energia, normalmente desperdiçada, acaba sendo aproveitada pela rede. Isso cria um estímulo para produtores investirem em eficiência, o que reduz o custo para consumidores comuns.

Daniel Batten, investidor em tecnologia climática, concorda com essa visão. Ele afirma que o Bitcoin é hoje a indústria mais sustentável do mundo. De acordo com seus dados, 58% da energia usada na mineração vem de fontes renováveis. Em 2020, essa porcentagem era de apenas 33%.

Para Batten, o estudo comete um erro ao tratar consumo de energia como sinônimo de dano ambiental. Ele explicou que 15 estudos revisados já demonstraram as vantagens ambientais do modelo usado pelo Bitcoin.

O investidor acrescentou que o documento não tem base suficiente para ser levado a sério por reguladores. Para ele, o texto ignora os efeitos positivos do Bitcoin, como a redução de emissões de metano em aterros sanitários e a estabilização de redes elétricas.

Fonte: Daniel Batten/Blockgram

De acordo com o Bitcoin Mining Council, a intensidade de emissão da rede caiu 50% em quatro anos. Ou seja, a quantidade de carbono emitida por unidade de energia caiu pela metade.

Comparar com bancos seria mais justo

O ponto mais importante, segundo os especialistas, é que o estudo da Utilities Now falha ao ignorar o setor financeiro tradicional. A rede Bitcoin está, justamente, tentando substituir essa estrutura.

Instituições financeiras consomem energia em escritórios, data centers e caixas eletrônicos. Além disso, dependem principalmente de fontes não renováveis. Em contraste, a mineração de Bitcoin pode se realocar para regiões com energia limpa.

Jappa acredita que uma análise honesta deveria comparar o Bitcoin com bancos, ouro ou títulos do Tesouro.

Um estudo de 2022 do criptógrafo Michel Khazzaka mostrou que o sistema bancário consome 4.981 TWh por ano — 40 vezes mais do que o Bitcoin. Já um relatório da Galaxy Digital indicou um consumo de 264 TWh, três vezes maior que o da rede.

Nesse sentido, a mineração de ouro também consome mais energia que o Bitcoin: 265 TWh em 2023.

Por fim, tanto Jappa quanto Batten concordam que consumir energia não é algo negativo por si só. O importante é saber se os benefícios compensam os custos. E, no caso do Bitcoin, os dois acreditam que sim.

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