Bitcoin cai, mas mantém padrão que sugere forte alta
Apesar de sua fama como proteção contra a inflação e crises monetárias, o Bitcoin acompanhou outros ativos de risco e opera em queda.
Em meio a isso, Michael Saylor, da MicroStrategy, que recentemente comprou 22 mil BTC a uma média de US$ 87 mil, foi criticado pelo defensor do ouro Peter Schiff.
Schiff ironizou a situação e sugeriu que Saylor “enchesse o caminhão” para evitar quedas abaixo dos US$ 68 mil, preço médio de entrada da empresa.
Análise técnica do Bitcoin: queda real ou armadilha?
O Bitcoin rompeu abaixo de um padrão de triângulo simétrico, caindo cerca de 9%, de US$ 82.000 para US$ 75.700. Com base no padrão, o alvo projetado fica entre US$ 72.800 e US$ 71.600. Nesse sentido:
- A média móvel exponencial (EMA) de 50 períodos está agora em US$ 82.500 e atua como resistência.
- O RSI caiu para 24, sinalizando condição de sobrevenda.
- Há suporte imediato em US$ 74.400, seguido por suportes em US$ 72.800 e US$ 71.600.
- As resistências mais próximas estão em US$ 76.800 e US$ 78.400.
O BTC precisa recuperar o nível de US$ 78.000 para retomar o impulso de alta. Enquanto isso não acontecer, o risco de novas quedas segue presente.
Ainda assim, alguns analistas acreditam que essa forte desvalorização pode ser uma armadilha (bear trap). Isso devido à estrutura técnica mais ampla permanecer sólida e poder apoiar um movimento de alta até US$ 85.000, especialmente se o pânico do mercado diminuir.
Tarifas e pagamentos da FTX devem definir os próximos passos
Embora o Bitcoin tenha enfrentado sua pior queda trimestral em uma década — com 11,7% de desvalorização no primeiro trimestre deste ano —, alguns fatores macroeconômicos podem impulsionar uma recuperação.
O analista Michaël van de Poppe acredita que o mercado está perto de um “pico de incerteza” e que as tarifas de Trump podem ser revertidas no futuro.
Além disso, taxas de juros mais baixas ou a volta de estímulos econômicos podem beneficiar o ativo e o mercado como um todo, alavancando o preço de algumas criptomoedas promissoras.
No curto prazo, no entanto, a volatilidade pode aumentar devido aos reembolsos da falida FTX. Mais de 400 mil usuários devem concluir o processo de KYC até 1º de junho, sob risco de perder US$ 2,5 bilhões.
A próxima rodada de pagamentos está marcada para 30 de maio, com valor total de US$ 11 bilhões. Esses fundos, uma vez desbloqueados, podem retornar ao mercado.
Mesmo que o impacto imediato seja limitado — já que o processo de reembolso da exchange é lento —, a liquidez geral deve crescer nos meses seguintes.
Principais destaques:
- O Bitcoin rompeu suporte importante, indicando viés de baixa no curto prazo.
- Medidas tarifárias dos EUA e reembolsos da FTX aumentam a incerteza.
- Tecnicamente, US$ 85.000 continua sendo um alvo possível, se houver recuperação.
Embora a correção atual reflita uma maior aversão ao risco, a estrutura técnica do Bitcoin ainda aponta para uma possível alta de preços. Todavia, para isso ocorrer será necessário recuperar resistências importantes e contar com um ambiente macro mais estável.
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