Alta do Bitcoin vai além da vitória de Trump, diz analista

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Segundo Jesse Myers, da Onramp Bitcoin, o verdadeiro catalisador da alta do Bitcoin seria a dinâmica de fornecimento após o halving de abril.
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Flavio Aguilar
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Marta Stephens
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Alta do Bitcoin vai além da vitória de Trump, diz analista

A alta recente do preço do Bitcoin ganhou as manchetes. E a vitória de Trump nas eleições vem sendo apontada como a grande causadora dessa onda. No entanto, muitos analistas já argumentam que o principal fator não é o resultado da eleição presidencial dos EUA.

Segundo eles, a vitória de Donald Trump realmente gerou otimismo em relação a um governo favorável ao Bitcoin. Mas o verdadeiro catalisador desse fenômeno seria a dinâmica de fornecimento da criptomoeda após o halving de abril.

Jesse Myers, cofundador da Onramp Bitcoin, expôs sua visão em um post no X:

“Sim, a nova administração serviu como um catalisador recentemente… Mas essa não é a história principal aqui. A história principal é que já se passaram mais de 6 meses do halving.”

Redução do Bitcoin pela metade criou choque de oferta

O halving mais recente do Bitcoin reduziu as recompensas por bloco de 6,25 BTC para 3,125 BTC. Portanto, acabou reduzindo, efetivamente, a taxa de novos Bitcoins em circulação. Myers destaca que essa redução vem criando um “choque de oferta”. Afinal, restringe a disponibilidade de acordo com os níveis de preço atuais.

Com a demanda continuando a aumentar, principalmente de fundos negociados em bolsa (ETFs) de Bitcoin, um ajuste de preço se torna inevitável.

No dia 11 de novembro, os ETFs de Bitcoin registraram entradas massivas de aproximadamente 13.940 BTC em um único dia, apenas nos EUA. Para efeito de comparação, apenas 450 novos Bitcoins são minerados diariamente.

Por isso, de acordo com Myers, “a única maneira de satisfazer esse desequilíbrio é que os preços subam”. Segundo ele, os ciclos de redução pela metade do Bitcoin, a cada 4 anos, costumam levar a bolhas previsíveis no mercado.

Dados históricos sustentam essa afirmação. Afinal, houve picos semelhantes após os halvings do Bitcoin em 2012, 2016 e 2020.

O analista da Onchain James Check também opinou, comparando o valor de mercado de US$ 1,6 trilhão do Bitcoin ao do ouro. Esse metal precioso agregou US$ 6 trilhões em valor no ano passado, apesar de um influxo de ouro reciclado.

Por outro lado, a escassez absoluta do Bitcoin e seus detentores mais firmes (muitos dos quais enfrentaram uma volatilidade significativa nos últimos anos) o diferenciam.

No entanto, Check prevê que essa escassez levará a um aumento dos preços à medida que a demanda se intensificar.

Elevando o otimismo, o investidor americano Anthony Scaramucci expressou confiança no futuro do Bitcoin. Aliás, segundo ele, os EUA poderiam estabelecer até mesmo uma reserva estratégica de BTC.

Scaramucci alega aos investidores que “ainda é cedo” para quem deseja investir muito na criptomoeda.

https://twitter.com/_Checkmatey_/status/1856116698023350642

Mineração vem enfrentando problemas

Com 94% de todo o Bitcoin já minerado ou perdido, resta apenas cerca de 1,2 milhão de BTC para extração. Essa oferta finita intensifica a competição entre compradores. Portanto impulsiona ainda mais o aumento de preços pós-halving.

Os analistas acreditam que essa estrutura econômica única garante a trajetória ascendente do Bitcoin. E a adoção em crescimento entre países e empresas acaba reforçando esse ponto.

Já as empresas de mineração cripto têm enfrentado desafios crescentes para manter sua atividade. Isso porque há bem menos BTC disponível para ser minerado, após o halving de abril.

Além disso, com o aumento dos custos em muitos países, tornou-se um desafio manter a lucratividade do negócio. Por isso, a busca por fontes baratas de energia vem se intensificando, levando alguns negócios a se estabelecerem em destinos alternativos, como o Paraguai e a Ásia Central.

Apesar disso, o próprio Donald Trump vê a mineração de BTC como uma atividade importante em termos estratégicos. Durante sua campanha à presidência, ele prometeu tornar os EUA a “capital mundial” do Bitcoin.

Além disso, Trump falou em dar incentivos à indústria de mineração de Bitcoin no país. Por exemplo, esse estímulo poderia ocorrer por meio da formação de uma reserva oficial dessa moeda nos EUA.

No entanto, nesse caso, a resposta da comunidade cripto não foi tão positiva. Afinal, segundo muitos analistas, uma ação do estado nesse sentido iria contra as ideias de liberdade e descentralização por trás do BTC.

Além disso, é difícil prever até onde Trump levará adiante suas promessas em relação às criptomoedas. Apesar de sua aproximação com o setor durante a campanha, pautas importantes para a comunidade cripto podem encontrar outras barreiras dentro da estrutura do estado norte-americano.

MicroStrategy compra mais BTC

Fortalecendo ainda mais o sentimento do mercado, a MicroStrategy de Michael Saylor reforçou sua posição como a maior detentora corporativa de Bitcoin. Isso ocorreu por meio de uma nova compra de 27.200 BTC.

A aquisição, com avaliação em torno de US$ 2 bilhões, ocorreu entre os dias 31 de outubro e 10 de novembro. O preço médio ficou em US$ 74.463 por moeda, incluindo taxas.

Essa compra mais recente eleva o total de investimentos em Bitcoin pela MicroStrategy para aproximadamente 279.420 BTC. Além disso, o total gasto pela empresa já chegou a US$ 11,9 bilhões.

O preço médio das transações de compra pela empresa agora é de US$ 42.692 por moeda. Portanto, um valor bem abaixo do preço atual do Bitcoin, que já rompeu a barreira dos US$ 80.000.

Outras notícias demonstram a força da demanda por BTC — e também por outros criptoativos. Por exemplo, os produtos de investimento em ativos digitais atraíram US$ 1,98 bilhão na última semana, marcando a quinta semana consecutiva de entradas.

Esse influxo elevou o acumulado no ano para um valor recorde de US$ 31,3 bilhões, de acordo com um relatório recente da CoinShares. Além disso, o aumento dos investimentos levou os ativos globais sob gestão a um novo pico de US$ 116 bilhões.

Esses dados demonstram que não é apenas o BTC que vem apresentando resultados positivos — apesar de ele ser responsável por parte do resultado do setor, graças ao seu enorme valor de capitalização de mercado.

BTC pode chegar a US$ 100.000

Com o BTC disparando nos últimos dias, os analistas têm se concentrado cada vez mais em tentar prever até onde a moeda chegará no curto e médio prazo. Uma das marcas mágicas, dentro dessa discussão, é a dos seis dígitos. Afinal, se o Bitcoin chegar aos US$ 100.000, estará rompendo uma barreira com um importante significado.

Com o mercado mantendo um sentimento de otimismo após as eleições dos EUA, a demanda grande dos ETFs de BTC e a oferta reduzida pós-halving, não se duvida mais tanto. O cenário é bem diferente daquele de dois anos atrás, por exemplo.

Embora a ascensão do Bitcoin para US$ 100.000 continue longe de estar garantida, os investidores devem seguir testando os limites da moeda nos próximos dias.

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