Adolescente acusado de usar criptos para apoiar a Al Qaeda
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Segundo uma reportagem do jornal britânico The Standard, um adolescente está sendo acusado de arrecadar fundos com criptomoedas e oferecer seus conhecimentos para a Al Qaeda e outros grupos extremistas.
O adolescente de 16 anos, residente de East London, declarou-se inocente de todas as acusações. No entanto, ele teria arrecado aproximadamente US$ 1.300 em criptomoedas para organizações terroristas.
Além disso, ele teria se apresentado como especialista em criptos e defesa cibernética com o intuito de apoiar a Al Qaeda e o Talibã paquistanês.
Adolescente demonstrou apoio ao Al Qaeda
Os promotores alegam que as ações do jovem demonstraram “apoio ideológico” a grupos terroristas.
Por isso, embora tenha sido libertado sob fiança, ele enfrenta agora sérias restrições. Por exemplo, está sujeito a um toque de recolher noturno, proibição de redes sociais e acesso estritamente limitado a dispositivos digitais.
O juiz Paul Goldspring transferiu o caso para o Old Bailey, onde a próxima audiência sobre o caso está marcada para o dia 2 de novembro.
O tribunal determinou ainda que, embora o adolescente possa usar seu PlayStation, está proibido de jogar online ou se comunicar com outras pessoas em qualquer plataforma interativa. Portanto, as condições da fiança refletem a gravidade das acusações.
Financiamento do terrorismo preocupa autoridades
O caso trouxe à tona mais uma vez preocupações sobre o uso de criptomoedas em atividades ilícitas, incluindo o financiamento do terrorismo. Também está em evidência a necessidade de mais cuidados para equilibrar avanços tecnológicos e segurança nacional.
De acordo com a Chainalysis, o financiamento do terrorismo com criptomoedas continua sendo uma pequena fração do total de atividades ilícitas. No entanto, segundo a empresa de análise de blockchain, pelo menos US$ 24,2 bilhões em criptomoedas foram enviados para endereços de carteiras ilícitas em 2023.
Isso representa uma queda de 40% em comparação a 2022. Mas continua sendo uma quantia expressiva e capaz de provocar estragos.
Por isso, apesar da porcentagem relativamente pequena, autoridades globais estão tomando medidas preventivas contra transações de criptomoedas que tenham relação com o terrorismo.
No entanto, a transparência inerente à tecnologia blockchain provou ser um trunfo para a aplicação da lei.
Cada transação de criptomoeda deixa um registro permanente em um livro-razão público. Portanto, a tecnologia permite que as agências rastreiem transações e identifiquem padrões suspeitos de forma mais eficaz do que ocorre em canais financeiros tradicionais.
A criptomoeda é uma tecnologia de dupla natureza. Por um lado, sua natureza descentralizada oferece liberdade financeira e inovação. Por outro lado, apresenta riscos que as estruturas de segurança nacional e os reguladores devem abordar com vigilância.
Cresce a fiscalização contra o uso ilícito de criptomoedas
Internacionalmente, os governos estão intensificando esforços para coibir atividades ilícitas de criptomoedas, citando os riscos derivados do anonimato e da acessibilidade internacional.
Relatórios recentes mostraram como organizações terroristas exploram características de arrecadação de fundos. Principalmente, devido à adoção rápida de criptomoedas a nível global.
Da perspectiva da aplicação da lei, a transparência tecnológica pode reforçar medidas regulatórias para coibir esse uso indevido. Além disso, a coordenação e a regulamentação em nível internacional ajudam a mitigar esses riscos.
Quatro vítimas de terrorismo patrocinado pelo Estado entraram recentemente com uma ação judicial contra o Departamento de Justiça dos EUA (DOJ, na sigla em inglês). Afinal, alegam que o órgão reteve fundos devidos ao Fundo de Vítimas de Terrorismo Patrocinado pelo Estado ao fazer um acordo de US$ 4,3 bilhões com a Binance.
A ação judicial foi movida em Washington, DC com base na Lei das Vítimas do Terrorismo Patrocinado pelo Estado. Segundo ela, o DOJ é legalmente obrigado a depositar 100% dos rendimentos criminais e 75% dos rendimentos civis no fundo, compensando as vítimas do terrorismo.
Os demandantes afirmam que, apesar dessas diretrizes, apenas US$ 898,6 milhões foram alocados ao fundo. Por isso, buscam uma ordem judicial exigindo a total conformidade por parte do DOJ.
Criptomoedas na mira da ONU
Autoridades da Organização das Nações Unidas (ONU) relataram recentemente, na reunião do Comitê Antiterrorismo (CTC) na Índia, que organizações terroristas estão cada vez mais utilizando criptomoedas para financiar suas operações.
Svetlana Martynova, coordenadora de Combate ao Financiamento do Terrorismo junto à ONU, observou que métodos tradicionais continuam prevalecendo. No entanto, novas tecnologias de pagamento, incluindo moedas de privacidade, sistemas de pagamento móvel e carteiras online, são cada vez mais comuns para ocultar rastros de dinheiro.
Nesse cenário, é possível que casos como o do adolescente de Londres se tornem cada vez mais comuns. Pelo menos, enquanto as autoridades não forem capazes de tomar medidas de inteligência mais efetivas.

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