440 pessoas movimentaram trilhões em golpes de cripto, diz estudo
Acreditamos na total transparência com nossos leitores. Alguns de nossos conteúdos incluem links de afiliados, e podemos ganhar uma comissão por meio dessas parcerias. No entanto, essa compensação potencial nunca influencia nossas análises, opiniões ou avaliações. Nosso conteúdo editorial é criado de forma independente de nossas parcerias de marketing, e nossas classificações são baseadas exclusivamente em nossos critérios de avaliação estabelecidos. Leia mais

A maior parte desses esquemas ocorre no Telegram, que abriga grupos voltados para práticas de manipulação de criptomoedas conhecidas como pump-and-dump.
Estudo revela os “chefes” por trás dos golpes de cripto
Os pesquisadores Honglin Fu, Yebo Feng, Cong Wu e Jiahua Xu desenvolveram uma ferramenta chamada PERSEUS. O sistema foi criado para identificar e rastrear atividades manipuladoras no mercado de criptomoedas.
Entre fevereiro e outubro de 2024, o PERSEUS monitorou redes de manipulação e descobriu 438 responsáveis. Esses agentes, chamados de masterminds, organizam e coordenam esquemas de pump-and-dump com criptomoedas.
O método funciona da seguinte forma: eles promovem um ativo com exagero e mentiras. Em seguida, quando o preço do ativo em questão sobe artificialmente, vendem suas moedas de forma agressiva. O resultado? A moeda desaba, e investidores desavisados amargam prejuízos.
Segundo os autores, esses esquemas prejudicam a integridade do mercado. Além disso, causam perdas financeiras significativas para milhares de investidores.

Os números por trás das fraudes
A análise do PERSEUS envolveu 2.103 canais de Telegram. Isso representa um volume de dados muito maior que o de estudos anteriores, que analisavam no máximo 700 canais. Além disso, a ferramenta mapeou a atuação dos masterminds em 322 criptomoedas diferentes.
Em alguns casos, um único manipulador coordenava ações em até 192 moedas distintas. Outros dois controlavam 72 ativos, e três se envolviam com 23 moedas.

Quatro nomes chamaram atenção por focarem em criptos populares como AAVE, ATOM, BAKE, BCH, COTI, FIL e LINK. Contudo, o ativo mais visado foi o Bitcoin, com cinco masterminds identificados.
O estudo revelou que, durante o período observado, esses esquemas elevaram o volume de negociações em 167%. Ao todo, as operações fraudulentas movimentaram cerca de US$ 8,07 trilhões, comparados a US$ 4,83 trilhões em negociações legítimas — um aumento de 67%.
Telegram vira base de operações dos golpistas
Os pesquisadores destacam que o Telegram funciona como centro das operações pump-and-dump. A plataforma abriga milhares de canais usados para atrair e coordenar investidores. Assim, bots, contas falsas e influenciadores promovem moedas de forma coordenada.
Com a ajuda do PERSEUS, os autores conseguiram identificar 290 masterminds somente entre fevereiro e outubro de 2024. O monitoramento dessas ações teria evitado um impacto estimado de US$ 3,24 trilhões em volume manipulado.

Além disso, o estudo apontou que os golpistas também atuaram em exchanges descentralizadas (DEXs). Em 2023, apenas essas plataformas movimentaram US$ 241,6 milhões em fraudes. Apesar disso, os autores indicam que as exchanges centralizadas (CEXs) ainda concentram a maior parte do impacto.
Por fim, os pesquisadores concluem que redes sociais, como Telegram e X (antigo Twitter), seguem sendo ferramentas exploradas por golpistas. Por isso, destacam a importância de ferramentas como o PERSEUS, que ajudam reguladores a rastrear esses grupos e a proteger o mercado.

Leia mais:






