Ibovespa sucumbe à pressão externa e abre semana em queda; dólar sobe

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Flavio Aguilar
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O Ibovespa (IBOV) não suportou a pressão do cenário desfavorável no exterior e abriu a semana com uma queda de -0,46%, atingindo os 125.269,54 pontos.Apesar de fatores internos positivos, o mercado doméstico sofreu os efeitos de um aumento da incerteza sobre a economia dos EUA. Além disso, pesaram elementos como a tensão no Oriente Médio e os balanços corporativos fracos de grandes empresas chinesas.Também na segunda-feira (05/08) houve um novo aumento do dólar americano. O dólar à vista fechou o dia com a cotação máxima no ano, a R$ 5,8656.A esse cenário duplamente preocupante, soma-se a queda do Bitcoin e de outras criptomoedas. Afinal, a aversão ao risco parece ter afetado também os investimentos nesse tipo de ativo no início desta semana.

Resultados do Bradesco ajudam cenário doméstico

No cenário doméstico, algumas ações importantes tiveram altas expressivas devido à divulgação (ou à expectativa de divulgação) de seus relatórios trimestrais.Por exemplo, o Bradesco (BBDC3 e BBDC4) fechou o dia com altas de +8,30% e +7,59%, respectivamente. Esse desempenho se deve aos dados positivos do segundo trimestre que o banco divulgou nesta segunda.O Bradesco divulgou um lucro de R$ 4,7 bilhões no segundo semestre deste ano. Portanto, a alta foi de +4,4% na comparação com o mesmo período de 2023. Esse número surpreendeu o mercado. Por exemplo, a Bloomberg esperava uma alta de +4,3%. Além disso, outras empresas de análise previam até mesmo uma queda do lucro do banco.

Os números do Bradesco vêm após a divulgação de dados positivos de outro grande banco — o Santander. Afinal, o banco de origem espanhola já havia registrado um lucro de R$ 3,3 bilhões no segundo trimestre deste ano.

Agora, a expectativa é pela divulgação dos resultados de outros bancos importantes para o mesmo período. Afinal, os papéis desse segmento têm um peso grande no cálculo do Ibovespa.

Nesta segunda-feira, os papéis do Bradesco ocuparam a segunda e a terceira posições entre as maiores altas do dia na B3. No entanto, foi outro segmento que apareceu na liderança.

O Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) liderou os ganhos tanto da B3 quanto do Ibovespa. Afinal, teve uma alta de 14,98%.

Isso se deu antes mesmo da divulgação dos dados da empresa para o segundo trimestre, programada para esta terça-feira (6), depois do fechamento dos mercados. A expectativa é positiva em relação ao lucro da empresa.

Também surgiu a notícia de que o Grupo Casino, que é ex-controlador do GPA, planeja vender um bloco de ações da companhia. Atualmente, o Casino detém 22,5% de participação.

Vale cai mais de 1%; Petrobras tem leve queda

Apesar do resultado positivo de algumas empresas, outras ajudaram a puxar para baixo a B3 e o Ibovespa.Por exemplo, CVC (CVCB3) e EZTec (EZTC3) lideraram as principais baixas. E os segmentos dessas empresas podem ajudar a explicar suas quedas. Afinal, a abertura da curva de juros e a maior aversão ao risco tendem a gerar uma saída de capital de empresas dos setores de turismo e imóveis. E é esse o caso aqui.No entanto, outras empresas chamaram a atenção negativamente nesta segunda-feira. Inclusive, companhias importantes devido ao volume de papéis comercializados.Por exemplo, a Petrobras (PETR4 e PETR3) acompanhou o preço internacional do petróleo, sofrendo uma leve queda. A cotação de PETR4 caiu apenas -0,08%. No entanto, esse foi o terceiro papel mais comercializado no dia, depois do BBDC4 e do HAPV3 (da Hapvida).

Já a Vale (VALE3) caiu mais de -1%. Isso ocorreu apesar de um aumento na cotação do minério de ferro. Afinal, a commodity subiu quase +2% na China.

A influência desses papéis fez com que o Ibovespa batesse os 125.269,54 pontos — uma queda de -0,46%, como vimos.

Esse resultado negativo não foi tão impactante quanto o de outros mercados importantes nesta segunda-feira. No entanto, demonstra que o cenário externo pode tornar difícil uma retomada mais expressiva dos investimentos no Brasil neste segundo semestre.

Dólar sobe e atinge maior valor no ano

A cotação do dólar também sofreu o impacto da desconfiança dos investidores no mercado internacional. No Brasil, o efeito foi o esperado. Portanto, o dólar à vista chegou a R$5,8656, uma alta de +0,56%.O comportamento do dólar se deve a um movimento tradicional em países emergentes quando o cenário externo está ruim. Afinal, os investidores fogem de ativos de maior risco e procuram a segurança da moeda norte-americana.Isso explica por que, mesmo com uma crise que se deve em grande parte aos resultados da economia dos EUA, o dólar segue atraindo capital e se valorizando.

Bolsas no exterior viveram segunda-feira de pânico

O desempenho do Ibovespa e a cotação do dólar em reais são apenas desdobramentos domésticos de uma segunda-feira para esquecer no mercado financeiro global.Essa onda de pessimismo começou a aparecer no Japão, com a abertura da bolsa de Tóquio, e se alastrou aos principais mercados ao longo do dia.A bolsa de Nikkei, que é a maior do Japão, teve uma sessão histórica. Mas do ponto de vista negativo, visto que caiu -12%. Portanto, foi a pior queda registrada desde 1987, quando houve a famosa “Black Monday”.Em seguida, a onda atingiu a Europa. Por exemplo, o Stoxx 600, um índice composto pelas principais empresas do continente, fechou o dia registrando uma queda superior a -2%.Com isso, cresceu a expectativa dos investidores ao longo da segunda-feira com o que ocorreria nos EUA tão logo houvesse a abertura dos negócios. E o resultado pôde ser visto nos principais índices.Por exemplo, o índice Nasdaq fechou o dia desabando -3,68%. Por outro lado, o índice Dow Jones e o S&P 500 registraram quedas inferiores a -0,3%. Portanto, o tombo acabou não sendo tão grande (ou tão extenso) quanto se imaginava.No início do dia, a perspectiva era de uma queda maior do índice Dow Jones e do S&P 500, assim como do Nasdaq. Além disso, os índices futuros também expressavam o mau-humor dos investidores com o potencial destrutivo de uma recessão nos EUA.

Apesar disso, os números tiveram uma recuperação no final do dia, perto do fechamento. Então, o resultado acabou sendo menos catastrófico do que o esperado por muitos analistas após o estrago verificado na Ásia.

Temor de recessão nos EUA e outros fatores externos

A principal razão para o princípio de pânico nos mercados globais, na segunda-feira, foi a divulgação dos dados mensais sobre emprego nos EUA. Afinal, os números mostraram que as contratações ficaram aquém do esperado. Por isso, ocorreu na prática um aumento do desemprego.Essa divulgação ocorreu ainda na sexta-feira, o que gerou uma discussão grande ao longo do fim de semana sobre a atuação do Federal Reserve (Fed), o banco central norte-americano.Muitos analistas entendem que a manutenção da taxa de juros a níveis elevados nos últimos dois anos pode ter condenado o país a uma recessão. Por outro lado, a política monetária do Fed segue tendo defensores, que veem sua atuação como necessária para conter o risco de escalada da inflação.Apesar de não haver consenso sobre o sucesso do Fed até o momento, os investidores passaram a temer dois efeitos principais dos números divulgados pelo Departamento do Trabalho.Por um lado, os dados expressam uma perda de fôlego da economia norte-americana, que pode afetar o nível de consumo. Por outro, pode pressionar o Fed a reduzir os juros, um movimento que poderia gerar uma inflação maior no país. No entanto, uma coisa é certa: ambos os cenários têm potencial para afetar toda a economia mundial.

Outro fator que tem colaborado para a apreensão dos investidores é a escalada da tensão no Oriente Médio. Afinal, após a morte do líder do Hamas Ismail Haniyeh, na última semana, há o risco de uma escalada severa dos conflitos na região.

Israel matou Haniyeh em Teerã, capital do Irã. Além disso, o Hamas é um aliado próximo do regime iraniano. Portanto, o ato foi visto como extremamente grave e com potencial de provocar uma resposta dura contra os israelenses.

Também influenciou os resultados o aumento da taxa de juros no Japão.

Novos dados aliviaram a tensão no fim do dia

No auge do temor de uma possível recessão, o VIX, que é o índice de aversão ao risco de Wall Street, chegou a +170%.Aliás, esse foi o maior nível atingido por ele, que é conhecido como “termômetro do medo”, desde a pandemia. Além disso, o patamar se aproximou das máximas registradas durante a crise financeira de 2008.No entanto, à medida que o dia avançava, muitos analistas passaram a minimizar o risco de uma crise nos EUA. Também foram relativizadas as chances de uma guerra de grandes proporções no Oriente Médio. Por isso, boa parte do pânico em Tóquio passou a ser creditada ao aumento das taxas de juros do Japão.Mais para o fim do dia, dados positivos do setor de serviços norte-americano ajudaram a reforçar essa visão. Afinal, o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) subiu de 48,8 para 51,4, entre junho e julho. Os analistas previam um aumento menor, no patamar de 51. Portanto, parte da confiança na economia dos EUA acabou retornando.Além disso, ganhou força a crença em um afrouxamento maior da taxa básica de juros nos EUA. Por exemplo, espera-se que o Fed promova um corte de 50 pontos-base em setembro. Então, a taxa chegaria a um intervalo entre 4,75% e 5%.Com os números atuais, que sinalizam para uma retomada econômica difícil nos EUA, o temor de um aumento da inflação devido a um corte nos juros parece estar evaporando lentamente.

Haddad vê exagero e possíveis efeitos positivos

No Brasil, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, considerou exagerada a reação dos mercados aos dados dos EUA.Além disso, segundo membros da equipe econômica do governo, um freio na economia norte-americana poderia ser até mesmo positivo para o Brasil.Isso porque, na leitura do governo, uma ação mais rápida do Fed tende a favorecer o câmbio brasileiro. Afinal, uma redução dos juros geraria uma rentabilidade menor em dólar e um estímulo a investimentos em mercados alternativos.No médio prazo, isso poderia gerar um panorama mais tranquilo em termos de inflação e juros no Brasil.Apesar disso, a equipe econômica vê os movimentos desta segunda-feira contaminados por “exageros”. Portanto, não crava que haverá uma ação tão enérgica do Fed em setembro.

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