Grupo de analistas onchain oferece investigação voluntária a vítimas de roubo de criptomoedas

Um grupo voluntário de analistas onchain oferece ajuda para investigações de fraude em blockchain. O Trace Cripto, criado pela profissional de compliance Kemyli Barbosa, surgiu em abril e já facilitou as investigações de dois casos de roubo de criptomoedas no Brasil.
A organização, cujo estatuto ainda está em construção, reúne 20 analistas que atuam de forma voluntária no rastreamento de roubo de criptomoedas.
Basicamente, esse grupo fornece um rumo a vítimas e seus advogados, nem sempre familiarizados com o universo blockchain. A fundadora do grupo explica:
“Por exemplo, uma carteira de Bitcoin foi drenada. O valor foi fracionado e enviado para vários lugares, no final caiu em uma exchange. Com o nosso relatório, a vítima consegue, tanto com o advogado do grupo tanto com um da confiança dela, entrar com um pedido na justiça para que essa exchange forneça o formulário desse cliente.”
Kemyli faz questão de reforçar que Trace Cripto surgiu para ser suporte, tem caráter orientativo.
E o que os 20 analistas por trás dos relatórios onchain ganham com isso? `Ganhamos com a experiência’, diz Kamyli, que concedeu a seguinte entrevista à Cryptonews Brasil.
Cryptonews Brasil – O que é Cripto Trace?
Kemyli Barbosa – Um grupo de estudo que surgiu pela minha iniciativa após um curso de formação profissional com Alexandre Senra, procurador da república que mantém um curso sobre criptoativos e blockchain para profissionais de direito.
Uma das pautas abordadas por ele é a questão da investigação onchain. No término desse curso, sem aplicação em casos práticos, a gente estudou bastante o caso da Bybit.
Então surgiu a ideia de criar um canal para investigação voluntária para pessoas que sofreram golpes com cripto. Em contrapartida, a gente ganha conhecimento.
Então é um grupo voluntário, com advogados também para atuar na representação, se necessário. O intuito do grupo é ser meio, não final.
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Como os casos de roubos de criptomoedas chegam até vocês?
Existe um formulário no Instagram com todas as informações que a gente precisa para rastrear uma aplicação, uma carteira. E a gente oferece para a vítima um relatório do que aconteceu e quais são as medidas cabíveis dali em diante.
O grupo não promete nenhum tipo de resultado, mas oferece subsídios para as vítimas buscarem resultado.
Por exemplo, podemos emitir um relatório técnico para advogados que não têm familiaridade com o assunto, mas que precisam representar um cliente que foi vítima de fraude em uma demanda judicial.
Pode exemplificar um caso em que o relatório do Cripto Trace foi útil?
Nosso estudo é de suporte, tem caráter de orientação. Então, usando como exemplo uma carteira de Bitcoin que foi drenada. Os fundos foram destinados a uma exchange e a gente conseguiu identificar qual ao seguir as transferências.
O valor foi fracionado e foi sendo enviado para vários lugares, no final caiu em uma exchange. Essas empresas têm processo de KYC, formulário conheça seu cliente,
Com o relatório, a vítima consegue entrar com um pedido na justiça para que a exchange forneça o formulário desse cliente. Ou seja, os documentos que ele apresentou.
A partir daí, com a colaboração da exchange, a pessoa consegue pedir o bloqueio desse saldo, pode pedir o encerramento da conta. Então, o nosso trabalho é fornecer essa base.
Existe algum padrão nos golpes cripto mais comuns?
A grande maioria dos golpes vem da engenharia social. São pessoas mal-intencionadas induzindo investidores ao erro de diversas formas. Por exemplo, promete stake com cripto.
`Clique aqui para colocar suas criptomoedas como garantia de outras operações`. Em resumo, a pessoa clica e acaba dando acesso a dados. E assim acontece a drenagem dos valores.
Há também os esquemas de pirâmide, que oferecem retornos que não existem, mas ganham a pessoa pela ganância. Para pedir um relatório onchain para Cripto Trace, é preciso preencher o formulário, por enquanto disponível apenas no Instagram.

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