Agentes de IA se tornam uma ameaça: podemos detê-los?
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O cofundador do Ethereum, Vitalik Buterin, alertou sobre os riscos da IA autônoma. Ele acredita que a inteligência artificial se tornará mais poderosa. Mas, se isso acontecer, quem será responsável? Como podemos impedir problemas futuros?
O avanço das IAs autônomas
Cada vez mais, pessoas e empresas usam agentes de IA para diferentes tarefas. Esses programas atuam em negociações de criptomoedas e votações em DAOs, entre outras funções.
Esses agentes são programas autônomos criados para executar tarefas específicas. Na blockchain, eles podem tomar decisões, interagir com usuários, fechar acordos e até representar empresas sem supervisão humana.
Além disso, essas inteligências artificiais podem acessar sites, preencher formulários, realizar pagamentos e distribuir tokens por meio de airdrops. Mas muitos especialistas temem que, sem controle adequado, essas tecnologias possam causar grandes problemas.
Para evitar riscos, alguns sugerem a adoção de identidades descentralizadas. Segundo Ingo Rübe, fundador do protocolo KILT, essas identidades poderiam restringir IA descontroladas.
“Um agente de IA tem uma identidade única, um hash identificável. É como uma impressão digital”, afirmou Rübe em entrevista ao Cryptonews.
Tornando o mau comportamento caro
Rübe propôs criar um sistema de identificação baseado em identidades descentralizadas (DIDs) e credenciais verificáveis (VCs). Esse método garantiria credibilidade às IAs.
“No mundo digital, as VCs funcionariam como certificados ou cargos profissionais para humanos”, explicou. “Elas dariam responsabilidade aos agentes de IA, assim como ocorre com pessoas que podem perder seus empregos por más condutas”.
Um dos pontos centrais dessa proposta envolve implicações financeiras. Os desenvolvedores precisariam depositar um valor em garantia ao criar um agente de IA na blockchain. Isso tornaria o comportamento inadequado caro para os responsáveis.
Se um agente agisse de forma maliciosa, as vítimas poderiam solicitar compensação a um órgão de governança on-chain. Assim, as IAs seriam responsabilizadas por suas ações.
Com esse sistema, desenvolvedores demonstrariam confiança em seus produtos ao depositar valores elevados como garantia. Além disso, usuários se sentiriam mais seguros ao interagir com esses agentes.
Acelerado avanço da IA preocupa especialistas
Em uma postagem em blog recente, Vitalik Buterin alertou sobre a velocidade do desenvolvimento da IA. Ele destacou que a evolução atual supera a capacidade humana de compreendê-las. Por isso, ele defende uma regulamentação mais cuidadosa.
“O objetivo seria reduzir a capacidade computacional disponível globalmente em 90-99% por um ou dois anos. Isso daria mais tempo para a humanidade se preparar”, escreveu Buterin.
Ele sugeriu medidas como exigir registros e verificar a localização de hardwares para criar um controle sobre o avanço dessas tecnologias.
Um grande desafio é rastrear os responsáveis por IAs autônomas. Segundo Rübe, credenciais verificáveis podem ajudar. Nesse sentido, cada credencial teria uma assinatura digital única, dificultando a ação de agentes mal-intencionados.
“Se um agente de IA perder o controle, a blockchain permitirá rastrear seus criadores e responsáveis”, afirmou. Para ele, identidades descentralizadas são essenciais para equilibrar autonomia da IA com supervisão humana.
Impacto no mercado de criptomoedas
No setor cripto, há um interesse crescente em integrar IA e blockchain. Algumas plataformas já permitem que usuários criem agentes automatizados para assinar contratos e realizar negociações.
Por exemplo, no protocolo Virtuals, os usuários preenchem um formulário especificando o agente desejado. Depois, a IA começa a operar para eles.
Algumas dessas IAs possuem carteiras próprias, sem precisar de um humano ou instituição intermediária. Essas carteiras garantem pagamentos automáticos em interações entre máquinas e pessoas.
Além disso, agentes como Aixbt e Zerebro mostram o potencial da IA. O Aixbt oferece pesquisas de investimento sofisticadas. Já o Zerebro cria arte digital única. Esses agentes acessam mais dados que chatbots tradicionais e evoluem constantemente.
Com a IA desempenhando um papel maior nas decisões financeiras, a necessidade de credibilidade e transparência cresce. Rübe enfatizou que credenciais verificáveis podem evitar manipulações no mercado, como wash trading e spoofing.
“Embora identidades descentralizadas não possam ser revogadas, credenciais podem ser removidas se ligadas a fraudes”, explicou. Assim, agentes fraudulentos perderiam acesso a certas atividades sem apagar sua identidade.
Além disso, agentes equipados com identidades descentralizadas podem operar em diferentes blockchains. Eles podem usar as mesmas credenciais verificáveis para negociar na Uniswap ou votar na MakerDAO, por exemplo.
“Isso mantém a identidade consistente entre cadeias, reduzindo fraudes e ataques Sybil”, concluiu Rübe.

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