Investidores aguardam posição de Galípolo, do Banco Central, sobre a taxa de juros

Nesta terça-feira (16/07), as atenções estão voltadas para a palestra de Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária do Banco Central. Galípolo é considerado um possível sucessor de Roberto Campos Neto na presidência do BC.
Nos Estados Unidos, a programação inclui as vendas de varejo de junho e um discurso de Adriana Kugler, diretora do Federal Reserve (Fed). Além disso, há os resultados financeiros do Bank of America (BofA) e Morgan Stanley.
Os mercados futuros de Nova York mostram estabilidade após uma leve alta nas bolsas ontem. Esta tendência foi impulsionada por sinais de que o Fed pode estar próximo de iniciar um ciclo de afrouxamento monetário. Há também uma percepção de que o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, possa ter maiores chances nas eleições de novembro, e de que ele poderia favorecer mais incentivos fiscais.
Mary Daly, presidente do Fed de São Francisco, declarou ontem que os Estados Unidos estão “em um período em que é provável a normalização da política monetária”. Ela observou que, após uma longa luta, a inflação está diminuindo e o mercado de trabalho desacelerando.
Incertezas fiscais e propostas de aumento da CSLL no Brasil
A fraca performance em Nova York e a queda nos preços do petróleo podem restringir uma valorização maior do Ibovespa. O EWZ, principal fundo de índice (ETF) do Brasil negociado na Wall Street, apresentava uma alta de 0,48% no pré-mercado às 7h15.
A diminuição dos rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA e um dólar enfraquecido frente a diversas moedas de mercados emergentes são fatores que podem beneficiar o real e contribuir para uma tendência de queda nos juros futuros. Contudo, persistem as incertezas no cenário fiscal brasileiro.
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, declarou recentemente que está sendo considerada a proposta de aumentar a alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). O objetivo é compensar a desoneração da folha de salários.
No entanto, analistas apontam que o desafio de compensar integralmente a renúncia fiscal para beneficiar 17 setores e pequenas e médias prefeituras está se tornando cada vez mais complexo. Estima-se que a desoneração resultará em uma renúncia fiscal de aproximadamente R$ 18 bilhões neste ano.
A XP Investimentos estima que um aumento na CSLL poderia gerar ao governo R$ 2,2 bilhões em um cenário otimista de aprovação ainda em julho. Uma pesquisa realizada pelo BTG Pactual com 33 participantes do mercado financeiro revelou que 70% deles esperam que o governo anuncie um contingenciamento de pelo menos R$ 5 bilhões no próximo relatório de receitas e despesas, previsto para ser publicado em 22 de julho.
Economia brasileira cresce 0,25% em maio, aponta índice do Banco Central
Ademais, a economia do Brasil registrou um crescimento de 0,25% em maio. Este dado veio do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), divulgado nesta segunda-feira (15/07). Em resumo, o IBC-Br, considerado um importante indicador antecedente do Produto Interno Bruto (PIB), mostrou que o índice alcançou 148,86 pontos no mês analisado.
Quando ajustado sazonalmente, o índice atingiu 149,60 pontos, frente aos 149,23 pontos de abril. Em relação a maio de 2023, o crescimento foi de 1,3%, com o índice naquele mês marcando 146,95 pontos (e 145,93 pontos na versão dessazonalizada).
No acumulado de janeiro a maio, o aumento foi de 2,01%, e nos últimos 12 meses, a expansão chegou a 1,66%. Por fim, o IBC-Br não só reflete a expansão econômica, mas também serve como uma das bases para o Banco Central definir a taxa básica de juros, a Selic, que atualmente se encontra em 10,50% ao ano.
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