BC pode aumentar juros para barrar inflação, diz ata do Copom

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Flavio Aguilar
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Banco Central lança moeda de R$5 em comemoração aos 200 anos da 1ª constituição do paísO Banco Central (BC) divulgou nesta terça-feira (6) a ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) da última quarta-feira (31/07).No documento, o BC expôs as razões pelas quais manteve a Selic a 10,5% ao ano. Além disso, citou a possibilidade de elevar a taxa básica de juros novamente para manter a inflação na meta, “se julgar apropriado”.Decisão pode servir como recado ao governo sobre o risco fiscal no país. No entanto, também serve para o BC ganhar tempo enquanto aguarda os desdobramentos no cenário econômico externo.

Questão fiscal e dólar no radar do Banco Central

A manutenção da Selic em 10,5% já era esperada pelo mercado. Portanto, não gerou grandes discussões.Por outro lado, a menção a uma possível elevação da taxa serve como um alerta ao governo e ao mercado. Afinal, sinaliza ao ministério da Fazenda a preocupação com o lado fiscal. Aliás, o documento abordou esse ponto de forma bem clara:

“O Comitê reforçou a visão de que o esmorecimento no esforço de reformas estruturais e disciplina fiscal, o aumento de crédito direcionado e as incertezas sobre a estabilização da dívida pública têm o potencial de elevar a taxa de juros neutra da economia, com impactos deletérios sobre a potência da política monetária e, consequentemente, sobre o custo de desinflação em termos de atividade.”

As duas estratégias que o documento cita como possíveis caminhos para um futuro próximo não incluirão uma hipotética redução dos juros. Por enquanto, apenas a manutenção da taxa atual — ou uma elevação — estão no horizonte da autoridade monetária:

“O Comitê avaliará a melhor estratégia: de um lado, se a estratégia de manutenção da taxa de juros por um tempo suficientemente longo levará a inflação à meta no horizonte relevante; de outro lado, o Comitê, unanimemente, reforçou que não hesitará em elevar a taxa de juros para assegurar a convergência da inflação à meta se julgar apropriado.”

O BC citou preocupações com as expectativas do mercado e com a valorização do dólar ante o real. Aliás, ambos os movimentos vem caracterizando o ambiente econômico brasileiro nas últimas semanas.

“Observou-se que, se tais movimentos se mostrarem persistentes, os impactos inflacionários decorrentes podem ser relevantes e serão devidamente incorporados pelo Comitê. Em função disso, o Comitê avaliou que o momento é de acompanhamento diligente dos condicionantes da inflação e de maior vigilância perante um cenário mais desafiador.”

Cenário externo é fator de risco

A economia mundial é vista como um fator de risco no momento atual. Por exemplo, na ata do Copom, a diretoria do BC traçou um panorama de incerteza global e oscilações cambiais abruptas. Portanto, vê motivos para uma “maior cautela na condução da política monetária doméstica”. A instituição vê dificuldades no processo de recuperação econômica global. Um reflexo importante disso é a queda lenta da inflação. Afinal, as economias estão demorando mais do que o previsto inicialmente para controlar o processo de alta dos preços que se verifica desde a pandemia.

“A conjuntura atual, caracterizada por um estágio do processo desinflacionário que tende a ser mais lento, ampliação da desancoragem das expectativas de inflação e um cenário global desafiador, demanda serenidade e moderação na condução da política monetária.”

Por exemplo, o BC vê dinâmicas diferentes no Brasil e nos EUA. No Brasil, o que estaria pressionando as expectativas são os indicadores de atividade econômica mais recentes, que incluem dados do mercado de trabalho. Apontando para um “dinamismo maior que o esperado”, a autoridade monetária cita o risco de pressão inflacionária:

“A desinflação medida pelo IPCA cheio tem arrefecido, enquanto medidas de inflação subjacente se situaram acima da meta para a inflação nas divulgações mais recentes.”

Por outro lado, o BC menciona a incerteza em relação a uma possível flexibilização da política monetária nos EUA. Além disso, cita a situação de outros países que também buscam equilibrar a retomada da atividade econômica com o controle da inflação.Nesse contexto, o Copom afirma que os países emergentes precisam ter cautela.Cabe lembrar que a decisão do comitê ocorreu dois dias antes da divulgação de dados sobre desemprego nos EUA, que ocorreu na sexta-feira. Portanto, ela não sofreu influência do pessimismo que tomou os mercados no início desta semana.

Decisão do Copom foi unânime

Ao contrário do que já ocorreu, mas repetindo o que se viu na reunião anterior do Copom, a decisão foi unânime. Portanto, mais uma vez, o BC conseguiu passar uma mensagem de coesão para o mercado.

“O Comitê, unanimemente, optou por manter a taxa de juros inalterada, destacando que o cenário global incerto e o cenário doméstico marcado por resiliência na atividade, elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas demandam acompanhamento diligente e ainda maior cautela.”

Esse é um ponto importante, considerando que o governo federal indicou três dos sete diretores do Banco Central que participam da reunião do Copom. No entanto, pode ter sido uma estratégia para reforçar sua credibilidade em uma votação que provavelmente perderiam de qualquer forma.Atualmente, os olhos do mercado se voltam para a troca no comando do BC, que deve ocorrer no final deste ano. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já manifestou diversas vezes sua insatisfação com o presidente atual do Banco Central, Roberto Campos Neto.Em um café da manhã com jornalistas, em abril deste ano, Lula afirmou que os brasileiros estariam perdendo dinheiro com a taxa de juros alta. Também mencionou a dificuldade de os empresários realizarem investimentos pela mesma razão

“O presidente do Banco Central tem que saber que quem perde dinheiro com a taxa de juro alta é o povo brasileiro. São os empresários brasileiros que não conseguem dinheiro para investir. É isso que está em jogo. Mesmo dizendo isso, eu tenho toda a paciência do mundo porque eu tenho que esperar até dezembro para mudar o Banco Central. Então, veja como nós somos tranquilos.”

O favorito para assumir a presidência do Banco Central é o economista Gabriel Galípolo, que exerce atualmente o cargo de diretor de política monetária da instituição.

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