Tarifas de Trump vão derrubar o Bitcoin? Análise
Chamando a data de “Dia da Libertação” da indústria americana, Trump revelou novas tarifas amplas sobre importações. As medidas afetam países como China, União Europeia, Índia e Brasil, o que surtiu um impacto imediato no Bitcoin e demais criptomoedas.
A ordem executiva impôs uma tarifa-base de 10% para todos os produtos importados. No entanto, tarifas mais duras foram aplicadas a alguns países — como 34% sobre produtos chineses e 25% sobre veículos fabricados no exterior.
Medo da inflação, corte de juros e o Bitcoin como “ouro digital”
Trump justificou as tarifas como uma questão de segurança nacional. Ele citou a dependência dos EUA em semicondutores e antibióticos estrangeiros. Além disso, destacou o fechamento de 90 mil fábricas desde a criação do NAFTA.
Segundo Trump, os novos impostos já motivaram promessas de mais de US$ 500 bilhões em investimentos corporativos. Para ele, a medida vai restaurar o poder industrial do país.
Todavia, muitos economistas alertaram para os riscos desta política. Eles antecipam retaliações globais, queda no comércio e redução de liquidez nos mercados. Todos esses fatores dificultam ainda mais a leitura do cenário macroeconômico.
Enquanto isso, o Bitcoin chegou a subir logo após o anúncio. O movimento refletiu preocupações com inflação, gargalos logísticos e reação dos bancos centrais.
Nesse sentido, o ativo pode agir como um possível porto seguro, subindo junto com o ouro. O metal precioso atingiu US$ 3.190 por onça, enquanto os rendimentos dos títulos do Tesouro recuaram.
Mesmo assim, o recuo rápido do BTC mostra que investidores ainda duvidam do seu papel como refúgio em meio à incerteza econômica.
Para complicar, os mercados agora precificam uma chance de 70% de corte de juros nos EUA até junho, segundo a ferramenta FedWatch da CME. Taxas mais baixas tendem a favorecer o Bitcoin e outros ativos sem rendimento fixo.
No entanto, tensões comerciais mais fortes podem reduzir o apetite ao risco como um todo.
Análise técnica: Bitcoin perde força e segue sem direção clara
A análise técnica mostra que o Bitcoin segue preso em um triângulo simétrico. Isso sinaliza indecisão no mercado. O ativo segue limitado pela resistência em US$ 86.900, enquanto uma linha de suporte crescente se forma perto de US$ 81.300.
O fato de não ter recuperado a média móvel exponencial de 50 períodos, atualmente em US$ 84.280, mostra perda de força compradora. Já o RSI, em 46, indica uma predominância dos vendedores.
Portanto, enquanto o BTC não romper com clareza para cima ou para baixo, a volatilidade deve continuar. Nesse sentido, uma queda abaixo de US$ 81.000 pode abrir espaço para novas perdas.
Por outro lado, um fechamento acima de US$ 88.800 pode reacender o otimismo dos investidores e levar o preço da criptomoeda até US$ 91.000.
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