Mineradores param de vender Bitcoin e geram falta de BTC no mercado

O mercado de Bitcoin pode estar em um novo ciclo de cenário de escassez. Os mineradores, que anteriormente despejavam suas reservas no mercado, agora adotam uma postura de acumulação, interrompendo as vendas. Essa mudança pode impulsionar o preço da criptomoeda, que já ultrapassou US$ 103 mil recentemente.

De acordo com a empresa de análise blockchain Glassnode, as carteiras dos mineradores acumularam mais de 2.700 BTC desde abril, atingindo um total de 1.797.330 BTC. Essa mudança ocorre após um longo período de vendas contínuas, iniciado no final de 2023. Os especialistas apontam que o custo elevado para minerar Bitcoin está entre os principais motivos para essa nova estratégia.

O processo de mineração de Bitcoin tornou-se significativamente mais caro. Para as grandes mineradoras, o custo de produção de um único BTC já ultrapassa US$ 82 mil, quase o dobro do registrado no trimestre anterior. Para os pequenos operadores, esse valor chega a US$ 137 mil, o que torna a atividade economicamente inviável com o preço atual.

Na Alemanha, considerada uma das regiões menos favoráveis para mineração devido ao alto custo energético, o gasto para minerar um Bitcoin chega a US$ 200 mil. Esse cenário faz com que muitos mineradores optem por guardar suas moedas, ao invés de vendê-las por valores que não cobrem os custos.

Mineradores deixam de vender Bitcoin e impactam o mercado

Com os mineradores segurando suas reservas, a oferta de Bitcoin no mercado diminui, criando um ambiente de escassez. Isso acontece em um momento de retomada do interesse dos pequenos investidores, que voltaram a comprar Bitcoin após a criptomoeda superar a marca de US$ 100 mil no início de maio.

De acordo com dados da CryptoQuant, desde o final de abril, a demanda de investidores de varejo aumentou 3,4%, o que contribui para a pressão de compra. O especialista Carmelo Alemán destaca que, embora os pequenos investidores tendam a entrar tardiamente nas tendências, sua participação pode intensificar o sentimento de alta e puxar os preços para cima.

Além disso, a marca histórica de US$ 40 bilhões em ETFs de Bitcoin também contribui para a redução da oferta. Esses produtos financeiros permitem que investidores tradicionais acessem o mercado de criptoativos sem a necessidade de comprar Bitcoin diretamente. Isso aumenta a demanda institucional, ao mesmo tempo em que diminui a quantidade de moedas disponíveis para negociação.

Analistas como Mike Ermolaev, fundador da Outset PR, acreditam que a decisão dos mineradores de acumular BTC, aliada ao interesse institucional nos ETFs, pode fazer o preço do Bitcoin romper a resistência de US$ 105.800. Atualmente, o ativo já apresenta um viés positivo, impulsionado pelo otimismo dos investidores e pela alta liquidez proporcionada pelos fundos de índice.

De acordo com a análise de Lingrid, o Bitcoin rompeu um padrão triangular ascendente e segue uma linha de tendência positiva. A manutenção desse movimento pode levar a criptomoeda a testar novamente a máxima histórica de US$ 109.935.

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