Goldman Sachs alerta investidores a não usarem os halvings passados como referência
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Em uma nota aos clientes, o Goldman Sachs, um dos maiores bancos de investimento do mundo, recomendou cautela ao extrapolar dados de ciclos anteriores de halving do Bitcoin devido a mudanças macroeconômicas.
A cada quatro anos, ocorre o evento de “halving”, no qual as emissões de Bitcoin (BTC) por bloco caem pela metade. O próximo halving acontecerá em dois dias, e as recompensas serão cortadas para 3,125 BTC, vindas de 6,25 BTC, reduzindo essencialmente pela metade a taxa de nova oferta.
Isso cria uma escassez artificial, que aumenta a demanda e historicamente antecedeu grandes ralis de vários meses do BTC. Dessa forma, isso é algo que a comunidade de criptomoedas acredita que se repetirá.
O Goldman Sachs reconhece isso, afirmando que “historicamente, os três halvings anteriores foram acompanhados por uma valorização do preço do BTC após o evento, embora o tempo necessário para atingir os picos históricos varie significativamente.”
Goldman Sachs diz que não se pode ignorar as altas taxas de juros e de inflação
No entanto, desta vez, o banco está cético e alerta seus clientes para terem cautela ao extrapolar os ciclos passados e o impacto do halving, dadas as condições macroeconômicas atuais.
Essa dúvida se baseia na compreensão de que a economia atual não é a mesma das épocas dos ciclos de halving anteriores. Ou seja, deve-se considerar fatores macroeconômicos, como alta inflação e taxas de juros.
No ano passado, a oferta de dinheiro M2 dos principais bancos centrais da época, incluindo o Banco Popular da China, o Banco Central Europeu, o Banco do Japão e o Federal Reserve dos EUA, aumentou rapidamente.
Consequentemente, as taxas de juros no mundo desenvolvido permaneceram em zero ou abaixo disso. Como resultado, esse panorama incentivou a tomada de risco em todo o mercado financeiro, incluindo criptomoedas. O Goldman Sachs acredita que condições macroeconômicas similares, que incentivem a tomada de risco, são necessárias para que a história se repita neste ciclo.
No entanto, essa não é a situação atual, com as taxas de juros nos EUA, a maior economia do mundo, acima de 5%, e as esperanças de cortes nas taxas de juros diminuindo. Os traders estimam a probabilidade de uma redução da taxa em junho em apenas 20,6%, comparado a 45,9% para setembro, de acordo com a ferramenta FedWatch do CME.
Outros também compartilham dessa perspectiva pessimista, como a Bitwise, que emite alertas semelhantes.
Historically, the Halving Has Been Good for Bitcoin’s Price Long-Term (a Look at the Data)
The change in bitcoin’s price in the year following the halving:
2012: 8,839%
2016: 285%
2020: 548%The change in bitcoin’s price in the month following the halving:
2012: 9%
2016: -10%… pic.twitter.com/aaXSakLfko— Bitwise (@BitwiseInvest) April 16, 2024
Segundo Goldman Sachs, o cenário cripto no médio prazo depende da adoção dos ETFs de Bitcoin
Goldman se mantém otimista apesar das condições econômicas não serem as mais favoráveis para sustentar o crescimento no setor de criptomoedas. A firma argumenta que o halving é apenas um “lembrete psicológico aos investidores da oferta limitada do BTC”. Em vez disso, o panorama para o médio prazo será definido pela adoção dos ETFs de Bitcoin.
“O desempenho do preço do BTC provavelmente continuará sendo impulsionado pela dinâmica de oferta e demanda mencionada e pela demanda contínua por ETFs de BTC, que, combinada com a natureza autorreflexiva dos mercados de cripto, é o principal determinante para a ação do preço à vista”, declarou a equipe.
Nos últimos seis meses, os fundos de investimento em Bitcoin à vista baseados nos EUA aumentaram 130%. Os 11 ETFs baseados em operações à vista lançados há três meses agora gerenciam US$ 59,2 bilhões em ativos, segundo a Bloomberg.
Por isso, alguns analistas acreditam que a maior parte do aumento típico pós-halving já ocorreu. Logo, esse cenário poderia levar a uma retração do tipo “comprar no boato, vender no fato” após o halving no dia 20 de abril.
O crescimento lento nos ETFs de Bitcoin apoia essa visão. Apesar de terem recebido mais de US$ 12 bilhões em novos investimentos desde que a SEC aprovou os ETFs de Bitcoin à vista em janeiro, a maior parte desse fluxo ocorreu no último trimestre. No entanto, eles perderam impulso a partir de abril.
“Devido ao entusiasmo inicial das novidades, os fluxos para ETFs tendem a diminuir a menos que os preços continuem subindo — o que não aconteceu desde o início de março,” comentou Markus Thielen, fundador da 10x Research.
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