Coreia do Norte tem mais Bitcoin que El Salvador, aponta relatório

Segundo dados da Arkham divulgados na segunda-feira (17/03), a conversão elevou o volume de Bitcoin controlado pela Coreia do Norte.
Os dados mostram que o grupo, responsável pelo histórico ataque de US$ 1,5 bilhão à Bybit, transformou os fundos roubados de Ethereum em 13.518 Bitcoin, avaliados em US$ 1,14 bilhão.
O grupo também mantém cerca de 13.791 ETH e 5.022 BNB, no valor de US$ 26,68 milhões e US$ 3,16 milhões, respectivamente. Com isso, a Coreia do Norte ultrapassou os 10.635 BTC minerados pelo Butão e os 6.118 BTC acumulados por El Salvador.

Contudo, o ranking do Bitcoin Treasuries ainda coloca os Estados Unidos, China, Reino Unido e Ucrânia à frente, com reservas de 198.109, 190.000, 61.245 e 46.351 BTC, respectivamente.

O impacto do cibercrime norte-coreano
Em suma, a enorme reserva de criptomoedas da Coreia do Norte vem de anos de ataques e roubos digitais. Entre os principais casos estão o ataque à DMM Bitcoin, no Japão, em 2024, e a invasão à Ronin Network, em 2022. No primeiro, hackers roubaram US$ 308 milhões. No segundo, levaram mais de US$ 600 milhões.
O Grupo Lazarus representa uma parte significativa das operações de cibercrime patrocinadas pelo Estado norte-coreano. Ele funciona como um braço da Agência de Inteligência Estrangeira do país, o Reconnaissance General Bureau (RGB).
De acordo com o relatório Crypto Crime 2025, da Chainalysis, hackers norte-coreanos roubaram US$ 660,5 milhões em 2023 e US$ 1,34 bilhão em 2024, um aumento anual de 102,88%.
O ataque à Bybit foi um dos exemplos mais recentes da crescente atuação cibernética da Coreia do Norte.
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Ademais, o aumento expressivo das reservas de Bitcoin da Coreia do Norte está diretamente ligado ao ataque de fevereiro de 2025 contra a exchange de criptomoedas Bybit, sediada em Dubai.
O Grupo Lazarus orquestrou o roubo de mais de 400.000 Ether da carteira fria de múltiplas assinaturas da plataforma.
Após o ataque, os hackers usaram técnicas avançadas para lavar os fundos e convertê-los em Bitcoin.
Para isso, exploraram protocolos de finanças descentralizadas (DeFi), como o THORChain, criticado pela falta de medidas rigorosas contra crimes financeiros.
Sobretudo, essa estratégia permitiu ao Lazarus ocultar a origem dos ativos roubados e facilitar a conversão para Bitcoin.
No entanto, os impactos do ataque vão além do prejuízo financeiro da Bybit.
Por fim, o Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS) alerta que recursos obtidos por meio de ciberataques financiam o programa de mísseis nucleares da Coreia do Norte, representando uma ameaça à segurança global.

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