Bitcoin começa a semana no vermelho e caminha para pior mês desde 2022

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Pedro Augusto
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Bitcoin

O Bitcoin (BTC) voltou a registrar queda nas últimas horas, iniciando a semana no vermelho. Dessa forma, marca-se a quinta semana consecutiva de baixa desde os ganhos observados no final de março. Com isso, a criptomoeda acumula uma perda de mais de 12% em abril, encaminhando-se para o seu pior encerramento mensal desde o colapso da corretora FTX em novembro de 2022, quando caiu 16%.

Depois de alcançar US$ 62.000 durante a madrugada, o ativo digital estava sendo negociado a US$ 62.357 às 8h30 desta segunda-feira (29/04). Nas últimas 24 horas, o Bitcoin apresentava uma queda de 1,8% e, ao longo dos últimos sete dias, desvalorizava 5,7%. As criptomoedas menores têm sofrido ainda mais, com a Solana (SOL) destacando-se entre as maiores perdas, recuando 4,7% desde a manhã de domingo, cotada a US$ 134.

A adoção e utilidade dos ETFs de Bitcoin ficam em xeque

A recente queda ocorre após um anúncio das autoridades financeiras dos Estados Unidos, que decidiram que os fundos de índice (ETFs) de Bitcoin e outras criptomoedas não serão aceitos como colateral em operações de crédito, ao contrário de outros produtos financeiros. Esse fato gerou incertezas sobre o alcance da adoção desses instrumentos de ativos digitais.

Além disso, a procura pelos ETFs de Bitcoin nos EUA, que estava em alta desde o lançamento desses produtos em janeiro, começou a cair desde o dia 12 de abril.

Contudo, para os analistas da Bernstein, essa redução no interesse pelos ETFs não sinaliza um novo período prolongado de baixa para a criptomoeda. A corretora aponta que o Bitcoin está apenas “sem rumo” após o evento de halving, mas as expectativas para os próximos meses ainda são otimistas.

Os analistas da Bernstein também comentaram que existe um período natural de maturação para que o Bitcoin se torne uma opção de alocação de portfólio aceitável e as plataformas estabeleçam estruturas de compliance adequadas para a venda dos ETFs de Bitcoin.

Por fim, a Bernstein mantém sua expectativa otimista para o novo ciclo de alta da criptomoeda, prevendo que ela atinja US$ 150.000 até 2025. Eles justificam essa previsão com base nos fluxos de demanda sem precedentes para os ETFs, que reforçaram ainda mais sua convicção sobre o potencial de crescimento do Bitcoin.

Dados macroeconômicos recentes dos EUA deixam investidores nervosos

No curto prazo, os investidores permanecem apreensivos com o impacto das condições macroeconômicas sobre os ativos digitais. De acordo com a análise da QCP, o mercado ainda está assimilando os últimos dados econômicos dos Estados Unidos.

A análise recente do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA, que veio abaixo das expectativas, indica uma desaceleração econômica. Ao mesmo tempo, o aumento no núcleo do índice de preços de despesas de consumo pessoal (PCE) sinaliza desafios inflacionários para o Federal Reserve. Essa situação foi destacada em um relatório da QCP divulgado no último fim de semana.

Na semana passada, os dados revelaram que a economia americana cresceu a uma taxa anualizada de 1,6% no primeiro trimestre deste ano. Como resultado, houve uma desaceleração em relação ao crescimento de 3,4% do trimestre anterior. Por outro lado, o PCE, que é a medida de inflação preferida pelo Fed, registrou um aumento para uma taxa anualizada de 3,4% nos primeiros três meses do ano, acima dos 1,8% registrados no último trimestre de 2023.

Essas informações aumentam as expectativas do mercado quanto ao próximo pronunciamento de Jerome Powell, presidente do Fed, que está agendado para a próxima quarta-feira, dia 1, após a reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, o equivalente americano ao Copom).

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