Ataques terroristas em Brasília: analistas do mercado financeiro dizem que Lula sai fortalecido
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Milhares de extremistas invadiram os prédios do Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal (STF), causando muitos estragos ao patrimônio público. Houve destruição de móveis, vidraças e até de obras de arte.
A reação no mercado financeiro foi menos impactante do que se esperava e até se fala que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode sair fortalecido ao receber o apoio da sociedade contra os atos de vandalismo, classificados pela presidente do STF Rosa Weber como uma ação de terroristas.
Presidente Lula fortalecido
Segundo publicado pelo jornal Valor Econômico, especialistas do LCA Consultores, acreditam que a sociedade, ao reagir contra os atos violentos, ajudará a fortalecer Lula. O presidente está em exercício do seu terceiro mandato, há pouco mais de uma semana, e prometeu agir com firmeza contra os radicais.
“Assim, os efeitos negativos nos preços dos ativos poderão ser mitigados. O risco é a ocorrência de outros grandes atos de vandalismo”, diz equipe do LCA Consultores.
Ibovespa alcança estabilidade já no início do dia e fecha com leve alta
Logo após abertura, a Bolsa de Valores de São Paulo, reagiu com recuo, mas logo depois, passou a operar com estabilidade, com 108.959 pontos.
Veja algumas reações nas primeiras horas do dia seguinte aos ataques, em Brasília:
Vale ON (VALE3) sobe 0,21%, CSN ON (CSNA3) recua 0,18%, Usiminas PNA (USIM5) perde 0,40%, Gerdau PN (GGBR4) sobe 0,79%
Ao longo do dia, houve bastante volatilidade do Ibovespa, mas o índice fechou o pregão com alta leve de 0,15%, aos 109.130 pontos.
A mínima diária foi de 108.134 pontos e, a máxima, 109.938 pontos.
O impacto dos ataques terroristas não foi suficiente para inibir o avanço puxado pelo cenário externo, isso por conta da reabertura da economia chinesa, além da crença de investidores no fim da fase de aperto monetário nos EUA.
O site Exame, também, publicou notícia sobre a estabilidade do Ibovespa já no início do dia e citou que os analistas veem Lula mais forte após os ataques. Isso se dá, ainda, pelo apoio dado ao Brasil, por entidades de mercado e líderes internacionais, que saíram em defesa da democracia.
O chanceler alemão, Olaf Scholz, foi um dos que se pronunciaram a favor da democracia:
“Imagens terríveis nos chegam do Brasil. Os ataques violentos contra as instituições democráticas são um atentado à democracia, que não pode ser tolerado. Estamos profundamente solidários com o Presidente @lulaoficial e o povo brasileiro!”, disse Scholz
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, foi ainda mais além no apoio ao presidente do Brasil e fez uma ligação telefônica para Lula, nesta segunda-feira.
Como publicado, em nota, pelo Governo americano, após a conversa, Biden transmitiu “o apoio inabalável dos Estados Unidos à democracia do Brasil e à vontade do povo”.
Veja a nota na íntegra, divulgada pelo G1:
O presidente Biden e o presidente Lula conversaram por telefone nesta tarde. O presidente Biden transmitiu o apoio inabalável dos Estados Unidos à democracia do Brasil e à vontade do povo brasileiro, conforme expresso nas recentes eleições presidenciais do Brasil, vencidas pelo presidente Lula.
O presidente Biden condenou a violência e o ataque às instituições democráticas e à transferência pacífica do poder. Os dois líderes se comprometeram a trabalhar juntos nas questões enfrentadas pelos Estados Unidos e pelo Brasil, incluindo mudança climática, desenvolvimento econômico e paz e segurança.
O presidente Biden convidou o presidente Lula a visitar Washington no início de fevereiro para consultas aprofundadas sobre uma ampla agenda compartilhada, e o presidente Lula aceitou o convite.
A revista Exame, também, traz algumas avaliações do mercado neste primeiro momento, pós-ataques:
“Avaliamos que a ação enfraquece a direita. Esperamos um fortalecimento da esquerda, ao ser criada uma situação no qual o status quo é de esquerda e foi vítima de um ataque a sua autoridade de direito”, avaliou em nota Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa.
O banco J.P. Morgan seguiu a mesma linha, com uma repercussão otimista em relação ao Lula, e afirma que ele deve sair mais forte e que o efeito negativo da invasão aos Três Poderes não deve durar muito tempo.
“O impacto político pode ser mais prolongado. Com o fortalecimento do presidente e o enfraquecimento da oposição, percebe-se uma maior radicalização da esquerda, talvez levando a agenda mais longe do que se imagina, ainda que o Congresso continue dominado pelos partidos de centro que, ao menos em tese, seriam uma força contra a radicalização”, escrevem os analistas Emy Shayo Cherman, Cinthya M Mizuguchi e Pedro Martins Jr em relatório distribuído ontem.
Os analistas da Órama fazem uma comparação curiosa com a invasão ao Capitólio dos Estados Unidos, ocorrida em 6 de janeiro de 2021. Eles lembram que a bolsa americana fechou em alta no dia da invasão.
“Foi somente ali que [o ex-presidente] Donald Trump reconheceu a sua derrota e confirmou uma passagem de poder ordeira.”
Em todo caso, os analistas da Órama tiveram a atenção de destacar que, no caso do Brasil, há uma dependência maior do capital estrangeiro:
“Somos um mercado emergente que depende mais de 50% do volume de operações em bolsa do investidor estrangeiro. A percepção de uma instabilidade institucional pode afastar esses investidores. É esperado um pregão volátil e o panorama vai depender da capacidade de resposta do atual governo”, analisaram em nota.
Em relação ao dólar, houve um aumento frente ao real, apesar de a bolsa ter reagido com tranquilidade.
Ao fim das negociações, nesta segunda-feira, o dólar à vista fechou em alta de 0,41%, com cotação de R$ 5,2570.
No caso de contrato futuro, para fevereiro, avanço de 0,51%, a R$ 5,2870.
Mais cedo, o avanço do dólar sobre o real era de 1%, mas os agentes financeiros entenderam que essa alta perdeu força ao longo do dia devido à abertura das fronteiras da China.
Um resumo das ações terroristas em Brasília
Segundo apurado pelas investigações do Governo Federal, dezenas de ônibus transportaram bolsonaristas radicais, de várias partes do Brasil, em direção a Brasília. Já era do conhecimento público, nas redes sociais, que havia uma intenção de invadir as sedes dos Três Poderes.
Isso ocorreu sem impedimento por parte da Polícia Militar de Brasília, como mostram muitas imagens divulgadas pela imprensa e nas redes sociais. Lula foi enfático sobre a ação da Polícia, como publicou o Estado de Minas:
“Houve incompetência, má-vontade ou má-fé das pessoas que cuidam da segurança pública do Distrito Federal. Vocês vão ver nas imagens que eles estão guiando as pessoas na caminhada até a Praça dos Três Poderes”, disse Lula.
Milhares de criminosos, invadiram o Palácio do Planalto, o Supremo Tribunal Federal e o Congresso Nacional e promoveram uma destruição em massa de tudo o que encontravam pela frente.
As imagens, chocantes, rodaram a imprensa de todo o mundo e líderes de Estado se pronunciaram sobre a preocupação mundial com os avanços da extrema direita, como mostra o posicionamento do presidente da Espanha, Pedro Sánchez, publicado pelo jornal El País:
“A maior ameaça do mundo é o ressurgimento de movimentos ultra. O que eles fazem é recorrer às mentiras e, finalmente, ao assalto às instituições democráticas. Nós vimos isso nos EUA, agora no Brasil e vemos em diferentes latitudes. É um fenômeno repulsivo”, disse Sánchez
O Governo Federal já divulgou que o efetivo policial não foi deslocado em número suficiente para garantir a segurança do local. Essa responsabilidade é do Governo de Brasília.
Medidas após os ataques antidemocráticos
A primeira medida de Lula foi determinar intervenção federal, em Brasília, devido à suspeita na falha de segurança.
O secretário de Segurança Pública de Brasília, Anderson Torres, foi exonerado do cargo. Ele havia sido ministro do Governo Bolsonaro e estava em férias, nos Estados Unidos, onde também encontra-se o ex-presidente, Jair Bolsonaro.
Em seguida, o ministro do STF, Alexandre de Morais, determinou o afastamento do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, por 90 dias.
De acordo com a Polícia Civil de Brasília, 300 pessoas, que participaram da ação, foram presas. Elas foram transferidas para dois presídios na capital federal, Complexo Penitenciário da Papuda e Penitenciária Feminina do Distrito Federal (PFDF).
O ministro, Alexandre de Morais, determinou, ainda, que todos os acampamentos de bolsonaristas, espalhados pelo país, fossem desmontados.
Durante o desmonte do acampamento, em Brasília, cerca de 1.200 pessoas foram detidas e levadas para um ginásio.
E nessa segunda-feira, milhares de pessoas foram às ruas da cidade de São Paulo se manifestar contra os ataques antidemocráticos.
Motivações dos radicais
Os extremistas que atacaram a democracia brasileira não aceitam o resultado das urnas, que elegeram o presidente Luiz Inácio Lula a Silva durante as eleições de 2022. Eles pedem uma intervenção militar.
Para o presidente, Lula, a única motivação é golpe de Estado, como disse em sua fala durante a reunião com governadores, publicada pela Carta Capital:
“Eles não tinham o que reivindicar do governo. O que eles querem é golpe, e golpe não vai ter”, afirmou Lula em seu pronunciamento na reunião. “Estão na frente dos quartéis em quase todo o território nacional reivindicando melhoria da qualidade de vida das pessoas? Mais liberdade? Aumento de salário? Construção de habitação? Melhoria da produção agrícola? Não. Estavam reivindicando golpe. Era a única coisa que se ouvia falar.” disse, Lula.
Expectativa sobre desdobramentos
Agora, o Governo trabalha para identificar os criminosos e os financiadores dos atos antidemocráticos.
E o mercado financeiro, como já mostrado acima, vai reagir de acordo com as próximas respostas do Governo para contornar o momento de crise.
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